domingo, 30 de agosto de 2009

Uyuni

Uyuni é bem pequena, com cerca de 10 mil habitantes. Não teria nada demais a oferecer. Mas fica ao lado do maior salar do mundo, o Salar de Uyuni.

De Potosí eu fui pra Uyuni com um japonês que conheci lá. Esse original mesmo, do japão. Claro que ficou surpreendido ao saber que eu era descendente. E descobri que meu sobrenome Takayama significa "motanha alta".

Bem em Uyuni fizemos o passeio ao salar. Um passeio de 3 dias, somente possível em carros 4x4. O motorista e mais 6 passageiros e tive sorte de pegar um grupo legal.

Esse lugar é realmente incrível. Único no mundo. Apesar da beleza das prais do caribe na Colômbia e Venezuela, de Macchu Pichu e Titicaca no Peru, o Salar de Uyuni (e arredores) ganhou meus votos. Os lugares que passamos são de cair o queixo, inusitados e fantásticos. Como um imagem vale mais que mil palavras, aís estão. E neste post eu colocarei mais fotos que o normal.


Pra começar o pôr-do-sol visto do salar, no final do primeiro dia. Eu sou o terceiro da esquerda pra direita.


Este é o cemitério de trens, próximo a Uyuni. Dos trens que antigamente iam até o Pacífico, quando a Bolívia ainda tinha uma saída pro oceano.


Já no salar. No antigo Hotel de Sal, feito todo de sal, que agora serve como museu.


Na Isla del Pescado: um morro no meio do salar, onde se tem muitos cactos. Lá foi nossa parada pro almoço do primeiro dia.


E depois, um futebolzinho no salar!

No final do primeiro dia, o por-do-sol no salar. Mais uma "jump picture". Essa era a nossa 4x4, o nosso guia/motorista sentado na frente e o restante do grupo.




No segundo dia, saímos do salar, e fomos a regiao dos lagos e vulcões.

Mais tarde, uma área deserta. Onde se localiza a árvore de pedra, que ficou desse jeito devido a erosão, aliás faz muito vento lá.


No final do segundo dia, ficamos na Laguna Colorada. Dessa cor por conta de algas existentes.
Essa noite foi a mais fria, tivemos que usar sacos de dormir pra aguentar o frio, apesar de estarmos em alojamentos. Costuma fazer 15 graus abaixo de zero durante a noite.


No outro dia, saímos cedo pra ver os Geisers. Vejam como estava o vidro do carro, puro gelo. Estava frio ou não? Os Geisers são esses gases que saem da terra. O cheiro lembra ovo.


Mais fotos dos Geisers e da lagoa verde, nossa última parada já perto da fronteira com o Chile. A partir do final do passeio, eu peguei um õnibus e vim pro Chile, em San Pedro do Atacama. Bom, se a imagem inicial de Bolívia não foi tão boa em La Paz, posso dizer que pelo menos o final foi com chave de ouro.

Potosi

Potosi já foi a cidade mais importante da América. No século 17 era uma das maiores cidades do mundo, do mesmo porte de Paris e Londres. Tudo isso devido ao Cerro Rico, o morro onde se extraíram muita prata, representando boa parte da riqueza espanhola nos tempos da colonização.


Esse é o Cerro Rico. E a vista da cidade lá do morro.

Hoje Potosi é uma das cidades mais pobres da Bolívia, que já é um dos países mais pobres do continente. A cidade ainda se sustenta da mineração de prata, bronze, zinco e outros.


Uma foto da entrada da mina onde fiz um passeio turístico. Existem mais de 2 mil minas em todo o morro. E já lá dentro ajudando um pouco no trabalho ainda artesanal da mineração.


É meio que tradição levar folhas de coca, refrigerante para os mineradores. Além disso eles também consomem o inacreditável alcool potável. Uma bebida com 96% de graduação alcoólica! E ai, Sherlock, essa tá boa pra voce?


Quando entramos na mina, confesso que no começo deu um pouco de medo. A sensação de estar dentro do morro e passando em alguns buracos realmente assusta. Na segunda fotos, algumas pedras de bronze na minha mão.

Esse é o "tio". Maneira simpática de chamar o diabo. Os mineradores crêem que toda a riqueza que esta dentro da terra vem do inferno, então eles vão pedir ao tio que os permitam encontrar e retirar essas riquezas. Na segunda foto um fio de prata e bronze encontrado na mina.

Tem uma história interessante de dois irmãos que começaram a trabalhar na mineração aos 10 anos. Aos 18 perderam seu pai, vítima dos males desse trabalho. Aos 25 tiraram a sorte grande, encontraram uma mina de prata pura. Hoje eles são os mais ricos da cidade, abriram uma empresa de mineração com mais de 2 mil empregados e são os criadores e donos do Real Potosí, o time de futebol da cidade.

Potosí fica a 4100 metros de altitude e os jogos de time brasileiros contra o Real Potosí sempre são problemáticos. E pudera, fui caminhar pela cidade e sobe morro, desce morro, depois de 1 hora comecei a ter dores de cabeça e o ar parecia que entrava no pulmão. Tive que sentar numa praça pra descançar e logo depois passou.


Na primeira foto eu no final da mina, isso a 1500 metros dentro do morro. De Potosí, eu fui pra Uyuni. A segunda foto tirada nesse caminho, 6 horas em estrada de terra.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

La Paz

La Paz, poderia ser a capital mais alta do mundo, mas oficialmente a capital da Bolívia é Sucre. Apesar que os poderes legislativo e executivo estão em La Paz.


Já sabia que a Bolívia era um dos países mais pobres da América do Sul. E minha visita me veio a confirmar isso. La Paz me parece estar alguns anos atrás do Brasil.


Pra começar pela quantidade de barracas na rua. No centro da cidade só tem uma padaria, e fica na esquina de uma rua movimentada. Ali estão umas 5 barracas, com sacos de uns 3 tipos de pães. Eu vi a senhora pegar o pão caído no chão e devolvê-lo ao saco. E isso se repete para lojas de sucos e frutas, eletrônicos, alimentos, utensílios domésticos, roupas e etc. As barracas tomam contas das calçadas e escondem as lojas tradicionais deixando as vezes só uma passagem para as portas.


Mas o que mais me surpreendeu foi a mesma coisa para carnes. Imagine voce ir pra 25 de março ou Uruguaiana e comprar uns 3 quilos de carne moída numa daquelas barracas que ficam na rua!


Fora isso, o trânsito também muito caótico. As vans param em qualquer lugar para pegar ou deixar passageiros, mesmo que o guarda esteja na frente, não há problemas. Como diz um senhor boliviano que conversei: Bolívia é o país das maravílhas, aqui tudo é permitido.




Na divisa entre Peru e Bolívia, a primeira cidade que cheguei foi Copacabana, também na margem do Lago Titicaca. Passei algumas horas por lá, tempo pra tirar uma foto da "praia de copacabana". Na outra foto, uma vista da cidade de La Paz.


Foto de uma esquina onde as vans passam lentamente para pegar passageiros. E foto da frente do Museu da Coca. Dentro não se podia tirar fotos, mas é bem interessante.


Eu na praça principal de La Paz, ao fundo a sede do governo e a catedral. No hostal que estava, tinha uns 20 espanhóis que viajaram pra Bolívia pra fazer escaladas. Num dos dias eu fui com eles fazer uma prática.



Também fui fazer o passeio a Chacaltaya. Uma montanha que fica a 5.400 metros de altitude. Se chega de carro ate os 5.300 e depois uma caminha até o topo.


Muito frio lá em cima. A vista é sensacional. Pode-se ver a cidade de La Paz e até o Lago Titicaca, bem de longe.



Nessas estou no Vale da Lua, uma região onde a erosão deixou as rochas com essas formas estranhas, dizem que parecida com as da lua.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Balanço geral - Parte 1

Foram 65 dias para percorrer os quatros primeiros países, já descontando os dias de Manaus. E agora resolvi comentar sobre alguns aspectos em cada país.

Transporte urbano, nas capitais - A única cidade com metrô foi Caracas, muito bom, parecido com SP e Rio. Bogotá e Quito, têm o transporte parecido com Curitiba, muito bom também, sendo um pouco melhor em Bogotá. Lima deixa um pouco a desejar nesse sentido, só tem mini-vans, vans e micro-ônibus.

Transporte rodoviário - Os melhores foram na Venezuela e Peru, não deixam nada a desejar com os do Brasil. Colombia um pouco inferior, mas bom. Equador, de longe o pior até agora. Talvez se explique porque lá as distâncias são menores e dificilmente se viaja mais que 5 horas no ônibus.

Hospedagem - As melhores eu encontrei no Equador. Custo baixo estão no Peru. Colômbia também são razoáveis. E Venezuela deixa a desejar nesse aspecto.

Culinária - A melhor e mais diversificada encontrei no Peru, disparado. Equador e Colômbia são razoáveis. E Venezuela fica um degrau mais abaixo.

Receptividade - Disparada a Colômbia, o povo é muito receptivo com os turistas. Venezuelanos e Peruanos são meio fechados, as vezes antipáticos com turistas. Equador, nem lá nem cá.

Descontos - Peru é o lugar dos descontos. É só chorar um pouco que se consegue uma redução no preço. Nos outros são mais difíceis, como no Brasil, creio. Na Colômbia se consegue facilmente descontos nas passagens de ônibus.

Custos gerais - Peru, muito barato. Equador, barato mas facilmente encarecido, por exemplo paguei 30 dolares pra ir no jogo de futebol. Colombia, barato, mas não tanto como no Peru. Venezuela, no cambio oficial, mais caro de todos, até que o Brasil; no câmbio negro, barato.

Música - Em todos o que mais se houve é o reggaeton. A salsa logo atrás. Mas também se tem as musicas americo-européias estilo "mtv". Músicas regionalizadas houvi um pouco no Peru, geralmente nos táxis de motoristas idosos. Música brasileira tocadas nas radios, bares, etc: ouvi funk na Venezuela, mas na fronteira com Brasil. Na Colombia ouvi uma música de Belém (uma da festa do boi, bem antiga) e também ouvi Vinícius de Moraes. No Peru, ouvi sertanejas: Leonardo e Zezé di Camargo.

Bem, agora não me vem à cabeça mais algum aspeto a comentar. Se lembrar de outros, eu escrevo novamente.

domingo, 23 de agosto de 2009

Quinto país

Na sexta-feira passada, dia 14, a Angela voltou pro Brasil. A saída do vôo era de Lima e voltamos pra lá depois de viajar pelo sul de Peru. Em 24 dias, eu e Angela viajamos por Lima, Ica, Nasca, Arequipa, Chivay, Cusco, Machu Pichu, Puno e novamente Lima. Foi um pouco cansativo, pois muitas cidades em pouco tempo. Mas como tínhamos vontade de conhecer muitas coisas, foi muito bom. Visitamos vários lugares interessantes, legais, bonitos e tivemos ótimos momentos.

Depois que a Angela voltou ao Rio, eu vim pra Bolívia, chegando aqui dia 18. Depois de passar por Venezuela, Colombia, Equador e Peru, este é o quinto país do mochilão. Pretendo voltar ao ritmo de antes, ficar mais tempo em cada cidade. Hoje estou em La Paz, em breve posto umas fotos daqui.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Puno e Lago Titicaca

Puno em quechua significa "lugar de descanso", pois era onde os incas costumavam descansar quando viajavam de Cusco rumo ao que hoje é a Bolívia. E hoje não mudou muito. A cidade tem como único atrativo o Lago Titicaca e suas ilhas.

Considerado pelos peruanos e bolivianos como uma das 7 maravilhas naturais do mundo, o Lago Titicaca é o lago navegável mais alto do mundo, situado a 3.800 metros de altitude. O lago realmente é bonito.

Fotos do Lago Titicaca.

As ilhas flutuantes são uns dos principais atrativos do lago. Atualmente existem cerca de 40 ilhas dessas no lago. As ilhas são formadas pela planta totora que é comum nas margens do lago. Além de servir como base para as ilhas, a totora também é, em parte, comestível. A textura é parecida com a nossa cana e um sabor bem neutro.

As ilhas são povoadas pelo Uros, um povo pré-inca. Esse povoado anteriormente vivia ao redor do lago. Mas com a chegada e conquista dos Incas, eles foram praticamente exterminados. Sendo que alguns conseguiram fugir em embarcações para o meio do lago. Nessas embarações, eles foram sobrevivendo e evoluindo até que encontraram uma maneira de criar as ilhas flutuantes a partir da totora. Uros, que em quechua significa "rebeldes", foi como os Incas denominaram esse povo. E assim permaneceu até hoje. Em cada ilha vive aproximadamente 20 a 30 pessoas. Fotos acima da ilha que visitamos.

Os uros vivem principalmente da pesca e artesanato. Outros alimentos, como a batata, eles compram ou trocam nas cidades. É claro que hoje a interação deles com a "civilização" é grande. As crianças estudam os primeiros anos nas ilhas e quando mais velhas vão estudar na cidade. E hoje é comum que os jovens não queiram voltar a viver nas ilhas, permanecendo e se instalando em Puno ou outras cidades.


E como não poderia deixar de ocorrer, eles também se sustentam do turismo. Para visitar uma ilha paga-se uma taxa de 5 soles. Na ilha eles também vendem artesanatos. Além disso, oferecem um passeio numa embacação típica (foto acima) a 7 soles por pessoa para chegar numa outra ilha que funciona como escola primária.

Nesse passeio de uns 10 minutos, além do remador, vai uma criança que de repente começa a cantar umas 6 músicas, cada uma em idioma diferente. E depois pede um dinheiro pra comprar "caderno e lápis".

Além das ilhas flutuantes, fomos visitar a Ilha Taquile. Fotos acima, sendo a segunda da seção: Onde está Wally?

Apesar de fazer parte do território peruano, é uma ilha autônoma.Na ilha não há polícia e nem cachorros (pois não precisavam proteger suas casas de roubos). E seus problemas e intrigas são todos resolvidos entre eles, geralmente em reuniões comunitárias realizadas aos domingos.

Na ilha existem alguns restaurantes familiares, que nada mais é que o quintal de suas casas. E antes de servirem o almoço apresentaram uma dança típica da ilha. Depois a senhora veio me puxar e eu também tive que entrar na dança.

Apesar de nunca ter sido conquistada (ou "atacada") pelos colonizadores, o imperador espanhol Carlos V obtinha o documento de propriedade da ilha. E esse documento foi perdida num jogo de cartas para um nobre chamado "alguma coisa" Taquile. E partir daí que surgiu o nome da ilha, embora o seu dono nunca a tenha visitado.